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Pensamento Criativo: como aprendemos a encontrar opções
Estava na sacada do meu apartamento dia desses, escrevendo algumas anotações, e vi que no edifício em frente, numa sacada igual à minha - daquelas que tem duas portas de vidro deslizantes, de modo que para manter aberto um lado é necessário fechar o outro - uma criança, bem pequena, batia à porta e chamava pela mãe. A mãe logo veio e abriu o lado da porta onde a criança chamava. O que me chamou atenção nessa cena absolutamente corriqueira foi: o outro lado da porta de vidro estava aberto!
E então pensei na opção que a mãe da criança tomou ao abrir para ela o lado da porta que estava fechado: optou por remover a barreira imediata – e abriu mão de ensinar. Abrir a porta era a solução fácil. Mostrar que o outro lado estava aberto era a solução que ensinaria algo à criança. Ao remover a barreira representada pela porta, a mãe reafirmou para o entendimento da criança: “sim, chame pelos outros, e eles virão remover as barreiras que estão à sua frente”. Nada menos verdadeiro no mundo real.
Se tivesse optado por aparecer do lado aberto da porta e chamar a criança por ali, ela imediatamente teria percebido que o outro lado da porta estava aberto. E teria aprendido a buscar alternativas quando o caminho à frente estivesse fechado. O gesto teria afirmado, para o entendimento da criança: “quando um lado está fechado, veja se você não pode dar a volta e encontrar outro caminho.” Algo muito mais verdadeiro e útil no mundo real.
Acontece que a maior parte das pessoas acha que isso é algo muito pequeno para se dar ao trabalho. Que é algo insignificante. Ocorre que enquanto somos crianças e estamos absorvendo tudo como uma esponja, nada é insignificante: tudo constitui um pequeno fragmento de significado na infinita mensagem que usamos para decodificar o mundo e aprendê-lo.
Esse é apenas um pequeno exemplo corriqueiro. Um exemplo isolado, de fato, pode não significar muito. Mas lembre-se: esse tipo de situação acontece milhares de vezes na vida de toda criança e de todos os pais. A opção entre resolver a questão ou usar a oportunidade para ensinar algo diferencia a educação que está sendo oferecida. Ao fim de milhares de oportunidades ao longo de vários anos, ajuda a moldar a visão de mundo que o seu filho vai ter.
Hoje, eu e você somos, em grande parte, o produto da visão de mundo que nossos pais nos deram ou nos permitiram ter. Vale questionar se essa visão de mundo nos ajudou a entender e crescer. Mais ainda, vale perguntar se continuamos esperando que alguém remova os objetos da nossa frente. Ou se já aprendemos que o outro lado da porta pode, simplesmente, estar aberto.
* Paulo Ferreira é publicitário, escritor, roteirista, músico e compositor, atua como consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios; é editor-contribuinte do All Music Guide e consultor de imagem e comunicação da Wasaby Innovation.
FONTE: http://www.mundodomarketing.com.br/11419,artigos,pensamento-criativo-como-aprendemos-a-encontrar-opcoes.htm
Para a área de comunicação valem os mesmos argumentos: Mostre a entrada, mas cada um que busque a melhor saída!
Boa leitura.
Grande abraço,
Rodrigo Stoqui
Estava na sacada do meu apartamento dia desses, escrevendo algumas anotações, e vi que no edifício em frente, numa sacada igual à minha - daquelas que tem duas portas de vidro deslizantes, de modo que para manter aberto um lado é necessário fechar o outro - uma criança, bem pequena, batia à porta e chamava pela mãe. A mãe logo veio e abriu o lado da porta onde a criança chamava. O que me chamou atenção nessa cena absolutamente corriqueira foi: o outro lado da porta de vidro estava aberto!
E então pensei na opção que a mãe da criança tomou ao abrir para ela o lado da porta que estava fechado: optou por remover a barreira imediata – e abriu mão de ensinar. Abrir a porta era a solução fácil. Mostrar que o outro lado estava aberto era a solução que ensinaria algo à criança. Ao remover a barreira representada pela porta, a mãe reafirmou para o entendimento da criança: “sim, chame pelos outros, e eles virão remover as barreiras que estão à sua frente”. Nada menos verdadeiro no mundo real.
Se tivesse optado por aparecer do lado aberto da porta e chamar a criança por ali, ela imediatamente teria percebido que o outro lado da porta estava aberto. E teria aprendido a buscar alternativas quando o caminho à frente estivesse fechado. O gesto teria afirmado, para o entendimento da criança: “quando um lado está fechado, veja se você não pode dar a volta e encontrar outro caminho.” Algo muito mais verdadeiro e útil no mundo real.
Acontece que a maior parte das pessoas acha que isso é algo muito pequeno para se dar ao trabalho. Que é algo insignificante. Ocorre que enquanto somos crianças e estamos absorvendo tudo como uma esponja, nada é insignificante: tudo constitui um pequeno fragmento de significado na infinita mensagem que usamos para decodificar o mundo e aprendê-lo.
Esse é apenas um pequeno exemplo corriqueiro. Um exemplo isolado, de fato, pode não significar muito. Mas lembre-se: esse tipo de situação acontece milhares de vezes na vida de toda criança e de todos os pais. A opção entre resolver a questão ou usar a oportunidade para ensinar algo diferencia a educação que está sendo oferecida. Ao fim de milhares de oportunidades ao longo de vários anos, ajuda a moldar a visão de mundo que o seu filho vai ter.
Hoje, eu e você somos, em grande parte, o produto da visão de mundo que nossos pais nos deram ou nos permitiram ter. Vale questionar se essa visão de mundo nos ajudou a entender e crescer. Mais ainda, vale perguntar se continuamos esperando que alguém remova os objetos da nossa frente. Ou se já aprendemos que o outro lado da porta pode, simplesmente, estar aberto.
* Paulo Ferreira é publicitário, escritor, roteirista, músico e compositor, atua como consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios; é editor-contribuinte do All Music Guide e consultor de imagem e comunicação da Wasaby Innovation.
FONTE: http://www.mundodomarketing.com.br/11419,artigos,pensamento-criativo-como-aprendemos-a-encontrar-opcoes.htm
Para a área de comunicação valem os mesmos argumentos: Mostre a entrada, mas cada um que busque a melhor saída!
Boa leitura.
Grande abraço,
Rodrigo Stoqui
1 comentários:
Muito bom..
Quero dizer..as pessoas sempre fazem a opção de não SOFREREM..pois mostrar os caminhos nem sempre é tarefa facil..MAS... "VALE A PENA".
Abraços
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